segunda-feira, 8 de julho de 2013

OPINIÃO: SERVIDORES AGUARDAM PARECER DA COMISSÃO PARA APROVAÇÃO DO PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS




reprodução: facebook
 
Passada a Copa das Confederações e após o clima das manifestações de rua, em todo o Brasil, dar uma amenizada, em São Francisco do Sul o assunto da ordem do dia, na cena política local, voltou a ser o processo de implementação do Plano de Cargos e Salários da Prefeitura, aguardado por anos e que, agora, está prestes a se concretizar.
Pela tamanha relevância da matéria, que afetará diretamente a vida de milhares de servidores, natural que ocorram pontos polêmicos e divergências, assim como discussões mais acaloradas e, em certos momentos, até mesmo conflitos pontuais. Tudo isso faz parte do processo democrático.
Também, sempre vai haver “o do contra”, simplesmente por ser do contra, não por defender o interesse da maioria, mas sim pela bandeira partidária ou mesmo pela conveniência pessoal. Comum que haja este personagem em qualquer processo político, e em São Francisco não é diferente. Muito já se barganhou e já se ganhou por ser do contra e, num passado recente, isto era prática comum, tanto na administração pública quanto no sindicato dos servidores públicos francisquense.
Mas, parece que agora o momento é outro. Assim como a Proposta do Plano de Cargos Salários nesta gestão é uma quebra de paradigma, a visão do servidor também mudou e se ampliou. O comprometimento com a carreira de servidor público e com a gestão é maior. Por isto não está havendo espaço para aventureiros e oportunistas tumultuarem o processo, e todas as tentativas em mobilizar os servidores contra o Governo foram infrutíferas.
Concomitantemente, desde o primeiro mandato, a equipe de Zera vem adubando e preparando bem o terreno para que este momento ocorra com sucesso. Os servidores tiveram aumento, um bom plano de saúde, vale refeição; que conta bastante na renda familiar da maioria, principalmente das famílias e dos casais. Agora, os servidores estão se alimentando melhor e trabalhando melhor.  É fato, que aqueles que se dispõem a trabalhar com seriedade são valorizados e respeitados. O servidor ganhou dignidade.
Neste contexto, o Plano de Cargos e Salários representa a “cereja do bolo”, de todo o processo, cujo principal significado é consolidar uma gestão pública baseada não mais, somente em favoritismos, e sim na MERITOCRACIA. O servidor sabe que terá mais segurança e direitos na sua carreira. E fim de papo!
A Comissão constituída pelo Sindicato cumpriu com o seu papel. Promoveu a discussão, levou o assunto ao conhecimento do Legislativo, atraiu a atenção dos servidores e demonstrou o interesse ao Executivo, o que representa relevante evolução para o processo democrático do funcionalismo no Município.
 Outros aprimoramentos poderão ocorrer posteriormente. O documento está embasado legalmente e pronto para ser aprovado. A possibilidade de paralisação e greve é de 0%, pois não há adesão. O que os servidores querem é a aprovação do texto. Basta chamar a Assembleia e homologar, pois é isso que todos estão aguardando.    

sexta-feira, 21 de junho de 2013

OPINIÃO: O GIGANTE ACORDOU... DO PESADELO NEOLIBERAL



Até agora, os intelectuais, especialistas e tecnocratas especulam, no afã em compreender o fenômeno da onda de protestos que se sucede, de forma inesperada, tomando as avenidas das grandes capitais, onde a vida já é insuportável e, frente a tanta inércia política, só resta mesmo ir para as ruas e barganhar algum direito à cidadania e alguns centavos.
No fundo, é o sonho neoliberal que cai por terra, justamente quando o país é comandado por um governo “trabalhista”, que, em mais de uma década de poder, foi incapaz de realizar as reformas necessárias, ou pelo menos dar alguma promissora perspectiva de mudança, que fizesse o povo crer que daqui pra frente tudo seria diferente. A ideia de uma sociedade mais justa e igualitária foi esmagada pelo rolo compressor da corrupção e da gritante concentração de renda.
Na era da globalização, do neoliberalismo, da sociedade de consumo e do individualismo não há lugar para o Estado de direito e igualitário. Principalmente num país com cultura politicamente medíocre, como é o caso do Brasil, em que o voto é moeda de troca e barganha. Neste contexto, para que o sistema político se sustente ele necessariamente tem de ser corrupto. É como um ciclo vicioso, numa simbiose entre corruptor (político) e corrompido (povo). Um depende e não vive sem o outro. 
Quando os manifestantes se colocam contra ou impedem a presença de bandeiras partidárias nos protestos, primeiro, o que está se demonstrando é ojeriza em relação ao sistema político e, segundo, exorcizando a própria culpa, por contribuir e ser cúmplice com este mesmo sistema que ajuda a reproduzir. Mas, é um erro impedir que partidários se manifestem, com suas ideologias e bandeiras, pois também são muitos os que lutam de forma honesta e coerente, através das agremiações, inclusive para moralizá-las internamente. O problema não está nas agremiações e sim no sistema neoliberal.
Outro ponto importante é a questão do poder da rede (internet), neste processo. Na verdade o assunto de que se trata é a quebra do monopólio da grande mídia, representada, principalmente, pela mídia televisiva. O que se demonstra é o fim do controle da informação pelas grandes emissoras, as quais, desde a ditadura militar, permitiam que houvesse a passiva “unidade nacional” em um país continental. Sem dúvida, a internet, em especial, a rede social, rompeu com este controle para estabelecer uma nova ordem ou identidade política, de norte a sul, sem que a informação viesse a ser propagada por um único meio ou canal. Só restou às redes de tevês também aderirem aos manifestos, sob a velha retórica democrática da liberdade de expressão.
O que virá daqui pra frente e o resultado disto tudo, por enquanto impossível prever. Pode ser apenas uma onda, que quebre na praia e se desfaça. Quem sabe, uma nova estratégia manipuladora venha a absorver os movimentos, com novas promessas, e as coisas voltem à “normalidade”. Até quando e em que proporção se manterão os protestos, ainda é uma incógnita. A única certeza é de que uma barreira foi rompida e que o amanhã ainda está por fazer. Se os acontecimentos servirem, de fato, para aprofundar o debate político no Brasil, com o povo como o principal protagonista, podemos começar a ter, aí então, uma esperança renovadora de país melhor.  


       

terça-feira, 7 de maio de 2013

CRÔNICA DO DIA: PARE O TREM QUE EU QUERO DESCER



Leis urbanas feitas aos trancos e barrancos, a toque de caixa, para atender interesses específicos, mas que não representam os reais interesses da municipalidade. A Cidade vem crescendo, mais do que as expectativas, e os problemas se multiplicaram na mesma ordem, ou melhor dizendo, na mesma desordem.
Carros e mais carros para poucas estradas, para poucas rodovias, para poucas ciclovias e para pouca qualidade de vida. Quem diria que o trânsito na Ilha viria a se tornar tamanho transtorno aos locais, veranistas e visitantes? Na linha final um porto... E a carga pesada disputando o espaço geográfico, que é limitado. Dificuldade de locomoção a cada metro, a cada quilômetro, sendo que nem as sirenes abrem espaço na hora de salvar uma vida.
O saudoso trem de passageiros, de trem da alegria passou a ser trem fantasma, trem do terror. Um ritmo frenético a todo instante, contaminado o ar, ensurdecendo os ouvidos e nunca deixando a poeira de soja podre baixar, só o aroma fétido no ar. Um cenário que nos remete a Cidade inglesa de Manchester, no século XVIII, quando as recém-surgidas máquinas a vapor traziam o “progresso” e, com elas, as más condições de vida e más condições sanitárias.
Estamos no meio de um processo de mudança econômica, social e urbana, sem que muitos consigam enxergar esta transição. Acabam apenas sentindo na pele as consequências, sem que percebam as verdadeiras causas. É a terceira Lei de Newton na prática, ou seja, toda a ação gera uma reação. E a reação é em cadeia. Não tem como escapar.
Antes era tudo paz e amor na Ilha papa-berbigão. Uma tranquilidade que só! Se deslocar era uma beleza! Lugar para estacionar? Bobagem, tinha de sobra. Que tempos áureos para se andar de bicicleta sem ser incomodado. De carrinho de rolimã também. Carroça então, nem se fala. Uma pelada aqui, uma pelada ali, pois campinhos de várzea e terrenos baldios não faltavam. Como era bom matar a sede nas inúmeras cariocas e bicas de água limpa. A gente era feliz e não sabia.
Até que um dia chegou esse trem de progresso, indústrias, milhares de empregos (aonde?), migração em massa, grilagem e invasão de terras, favelização, criminalidade (palavra que não existia em nosso dicionário), e por aí segue o enterro. A Cidade não se preparou, não se planejou e não olhou para o futuro como devia. E daí, deu no que deu.
O crescimento acelerado e descontrolado continua. O trem andando cada vez mais rápido. E nós, estáticos ou no mesmo ritmo frenético, olhando o trem passar. Peraeeee! Pare esse trem que eu quero descer!